... Quando Julgávamos Que Estava Morta.
Sabemos que existem diferenças entre fazer campanha eleitoral e governar – os americanos até gostam de dizer que em campanha se exercita a poesia e na governação as quadras são substituídas por prosa pura e dura. Sabemos igualmente que há oposição entre o que é dito publicamente (não só por políticos) e o que acontece na realidade. São as consequências de vivermos num mundo virtual, onde nem o dinheiro (ou principalmente o dinheiro) existe materialmente.
Um mundo volátil, onde o que é dito hoje, e marca a agenda noticiosa, é substituído por outro assunto, e por aí adiante. Uma animação em permanência, onde, de máscara em máscara, cada vez mais protagonistas se esquecem da sua cara original. E esquecem o que disseram, prometeram, juraram. Porque cada dia é um dia.
Acontece que o governo, este e todos os outros, tem maiores responsabilidades. Deve ser um garante de estabilidade, também no que diz e na forma como o diz. Quando um ministro fala, e com isso preenche as páginas dos jornais e o espaço nas televisões, deve existir uma consequência. E neste caso, mais uma vez, o que se prometeu está por cumprir quase mil dias depois. O Magalhães parece ter dotes mágicos e, contra ventos, marés e a queda do seu mentor político, José Sócrates, resiste e resiste e resiste.
Fonte:Luís Osório,Ji
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