Onde te escondes? Eis que em vão clamamos,
Suspirando e erguendo as mãos em vão!
Suspirando e erguendo as mãos em vão!
Já a voz enrouquece e o coração
Está cansado — e já desesperamos...
Por céu, por mar e terras procuramos
O Espírito que enche a solidão,
E só a própria voz na imensidão
Fatigada nos volve... e não te achamos!
Céus e terra, clamai, aonde? aonde? —
Mas o Espírito antigo só responde,
Em tom de grande tédio e de pesar:
— Não vos queixeis, ó filhos da ansiedade,
Que eu mesmo, desde toda a eternidade,
Também me busco a mim... sem me encontrar!
Antero de Quental
Sem comentários:
Enviar um comentário