O facto de vivermos num regime democrático não quer dizer que vivamos em liberdade. Hoje, tal como no tempo da ditadura, vivemos presos a um Estado que, já não sendo repressivo, continua a ser paternalista, moralista, corporativista e saqueador.
Paternalista porque se arroga ao direito de fazer escolhas que não respeitam a individualidade de cada cidadão, moralista porque nos impõe uma visão da sociedade que nunca fomos chamados a escolher, corporativista porque alimenta uma casta de burocratas e saqueador porque todos os dias nos vai à carteira para continuar a alimentar o seus vícios.
Vivemos num paternalismo estatal que tenta desesperadamente construir um homem novo. Livre de vícios como o álcool e o tabaco, afastado de tradições apelidadas de bárbaras como a tourada ou a caça, tendencialmente vegetariano, laico, socialista e a viver de acordo com aquilo a que uma nova moralidade pós--moderna nos obriga. Que ninguém duvide que existe um processo em curso de higienização da sociedade. No fim de tudo isto, nada nos distinguirá uns dos outros, porque o nosso mapa de valores será exatamente igual. (continuar a ler)
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