quarta-feira, 24 de julho de 2019

A Política De Gestão Da Floresta, Desde 2017, Tem Sido "Um Desastre"

A política de gestão da floresta, desde os incêndios de 2017, tem sido "um desastre", em que "o ónus cai todo em cima dos proprietários", afirmou hoje o professor catedrático do Instituto Superior Técnico (IST) Clemente Vicente Nunes.

E disse mais:

"O país está pior, muito pior, porque a estrutura fundiária e a capacidade dos proprietários foi reduzida. Mais do que isso, as políticas feitas pelo Governo só prejudicaram a vida dos pequenos proprietários envelhecidos e descapitalizados do Pinhal Interior".


Criticou o "massacre" aos proprietários agroflorestais, "com normas absolutamente absurdas, fazendo com que as pessoas tivessem que fazer limpezas excessivas dos terrenos logo em março", quando as ações de limpeza devem ser feitas ao longo de todo o ano.
"É o massacre das populações do minifúndio do Pinhal Interior que está a promover, cada vez mais, uma desertificação e uma falta de qualidade na gestão destes territórios".

"Para já, o que o Governo devia fazer, imediatamente, era tomar medidas para agravar as penas dos incendiários", com objetivo de, pelo menos, ter um grau de dissuasão, propôs na área de valorização energética de resíduos, "absolutamente inconcebível" que as pessoas condenadas em tribunal pelo crime de fogo posto possam sair em liberdade, com a aplicação de pena suspensa.

"Se há excesso de material combustível, nomeadamente nas atividades agroflorestais, ele tem que ser devidamente retirado e organizado, com pontos em cada concelho onde as pessoas saibam que podem colocar os produtos, e estimulando que esses produtos sejam utilizados, nomeadamente em centrais de biomassa e em outras caldeiras onde se possa queimar durante todo o ano de forma segura", a gestão da biomassa tem que ser feita e coordenada a nível de políticas públicas, mas o que se fez "foi ameaçar os proprietários, de uma forma irracional", com a obrigatoriedade da limpeza de terrenos e a aplicação de coimas por incumprimento.
Sobre a reforma da floresta do atual Governo, o docente referiu: o impacto no terreno é "zero", uma vez que as ajudas aos proprietários agroflorestais, em termos de incentivos a uma gestão racional do terreno, são "inexistentes".
"Os municípios o que devem fazer é organizar e facilitar a vida dos proprietários e dos microproprietários do minifúndio do Pinhal Interior, e é isso que não estão a fazer, porque o Estado não tem feito nada para os ajudar", acrescentou
Fonte; Expresso
Nota: Não são só 'Algumas Verdades' Tudo o que o professor ClementeVicente Nunes refere é a Realidade conhecida por todos, mas ignorada por quem tem poder executivo neste país.

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