terça-feira, 10 de março de 2009

Ministério Público Recorre Da Decisão Da Juíza Que Recusou Audição de Ana Salgado



A juíza no "caso do envelope" do "Apito Dourado" indeferiu hoje um requerimento do procurador José Augusto Sá para chamar ao processo, como testemunha do Ministério Público (MP), a irmã gémea de Carolina Salgado, Ana Maria.
O MP reagiu anunciando que vai recorrer da decisão da magistrado.
 Ao indeferir a pretensão do procurador, a juíza Catarina Ribeiro de Almeida sublinhou que “não resulta da prova até agora produzida que a testemunha tivesse conhecimento directo dos factos em julgamento neste processo”. A magistrada também rejeitou uma pretensão alternativa do MP de se juntarem aos autos declarações de Ana Maria Salgado no âmbito de um inquérito em curso na Procuradoria-Geral da República.
 A magistrada classificou essa prova “irrelevante”.
 Já uma notícia do Correio da Manhã de hoje vai ser anexada aos autos a requerimento da defesa de António Araújo.
 Segundo a notícia, as irmãs Salgado “têm vindo a reaproximar-se” e existe a possibilidade de Ana Maria Salgado alterar o seu depoimento na sequência de contactos e conversas informais com pelo menos um magistrado ligado à Procuradoria-Geral da República. Ainda durante a sessão de hoje, o tribunal de Gaia deverá ouvir as testemunhas Fernanda Freitas (co-autora do livro “Eu Carolina”), Paulo Lemos (um ex-namorado de Carolina Salgado) e o juiz-conselheiro Matos Fernandes.
 Este magistrado foi secretário de Estado da Justiça no primeiro governo do socialista António Guterres e, nessa qualidade - disse o próprio à Lusa - inaugurou o tribunal onde decorre este julgamento .
 O processo do "caso do envelope" é um apêndice do mega processo "Apito Dourado", que tem como génese casos de alegada corrupção e tráfico de influências no futebol profissional e na arbitragem portuguesa.

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